sexta-feira, 23 de outubro de 2009

12 - VISITA ILUSTRE

sexta-feira, 23 de outubro de 2009
O meu editor, até então apenas um nome, de um anonimato sem precedentes, finalmente deu as caras e surgiu com um exemplar, em segunda edição, do meu livrinho Conservatório Íntimo, que fora prefaciado por Antão Calasans, com capa e ilustrações de Justiniano Caboré.
Com ele veio também Aristarco, que insistia que deveria ser ele o primeiro a dar-me a boa nova e mais, que já se encarregara de noticiar aos quatro ventos as “fabulosas coisas escritas por mim” (palavras dele).
Pra que não pareça um exagero, textualmente são estas as suas considerações finais: – Grande, grande, grande!...
As únicas coisas que eu considerava grandes eram: a primeira, um grande amigo; a segunda, um grande exagerado.
Se existia uma coisa que eu compreendia bem, eram minhas limitações na arte da escrita. E, asseguro, eram inúmeras.
Mas o livrinho Conservatório Íntimo era, em suma, bem feito, bem acabado graficamente, uma boa tentativa, eu diria.
Quanto ao editor, homem interessante, olhava tudo, media a mim dos pés à ponta do chapéu e punha olhos sobre os arredores, como quem fosse comprar a fazenda. Por falar em fazenda, não havia sido vendida ainda e não sei dizer se o seria. Sei que os Veloso deram mesmo com os burros n’água.
Ficariam sem um representante no legislativo.
Valeram as orações, procissões, novenas, e tiveram um efeito fulminante, tenho que aceder, as pragas lançadas contra o apadrinhado, nomeado por aquela gente com todos os nomes perniciosos deste mundo. Isso a valer pra não sei quantas gerações futuras...
Mas que o “seu dotô” não saiba disto...
Bem!... De minha boca eu sei que não... Quanto a... Bem...

0 comentários:

Postar um comentário

 
carnaúba de papel © 2008. Design by Pocket